Neste dia não se podia entrar na maior praça do mundo, reservada ao acolhimento do presidente francês, Jacques Chirac. Apenas um dos pontos da intensa actividade diplomática deste país, que incluía, nos mesmos dias em que por lá andámos, a Cimeira China-África, uma comemoração da Cimeira China-ASEAN (para falar só das mais destacadas). No mesmo âmbito encontrámos, a assistir ao espectáculo de acrobacia, uma numerosa delegação de países lusófonos que por lá andava, há muitos dias, por vários pontos do império, com tudo pago pelo governo chinês (Ministério do Comércio). (Só faltou S. Tomé e Príncipe, que tem relações com a Formosa, mas que mesmo assim tinha sido convidada.)

As fotos ilustram pormenores da Praça de Tian An Men. Lá está o retrato gigante de Mao. Um dos enigmas do século XX (ou, pelo menos, algo que dele ficará para estudo futuro) é a persistência de alguma esquerda em admirar grandes tiranos, entre outras coisas culpados da morte de milhões de pessoas - não apenas por irresponsabilidade (mortes massivas causadas pela fome, por exemplo) mas também por despotismo (repressão). Mao Zedong é um desses assassinos muito admirados. Aconselha-se a leitura de
Mao - A História Desconhecida, da autoria de Jung Chang (autora de
Cisnes Selvagens) e de Jon Halliday (obra editada em Portugal pela Bertrand).
A Porta da Paz Celeste, decorada com um gigantesco retrato de Mao, era o acesso maior ao Palácio Imperial. A "Porta", que tem cinco passagens, foi o local da proclamação da República Popular da China em 1 de Outubro de 1949. À esquerda do retrato lê-se: "Viva a República Popular da China!"; à direita está escrito: "Viva a amizade entre os povos do mundo!".